09/12/2009

O Inquilino do andar de cima


Será o sucesso apenas resultado da engenhosidade e da astúcia?

Será que conheço a trilha certa? O caminho parece tão longo e cheio de neblina.

Caminhando sobre os mortos, em quantos corpos terei pisado? Desses, quantos escolheram a bifurcação errada? Ficando enclausurados no medo e na cobiça?

O desprazer de insistir no erro, quando o certo é tão óbvio, porém tão ralo.

Escurece...

A fria luz de presença desperta com meus passos, a mesma calorosa recepção de sempre. Entre o portão e a porta todo o Universo. Resplandecente Cosmos que acima passa despercebido.

Ali, singelo e despretensioso o Infinito compartilha o andar de cima da minha humilde morada.

Ah se não tivesse a companhia sua, meu silencioso vizinho, que sem graça seria essa rotina: tela do PC, tela da TV, tela do celular.

Egoísmo meu acreditar um dia que esse romance era só entre nós. Essa arrogância de desconsiderar a jabuticabeira carregada em frutos, o abacate em flor, o caminho dourado de flores na entrada e a cachorra pulando de barro na camisa branca.

Palavras de um rapaz jovem, inexperiente e sem estudo, que da próxima vez que nascer velho, tentará vir com barba grisalha e rugas no rosto.

Nenhum comentário: