Dia a dia, novidade a novidade, assim em abril desse ano passei 21 dias em 15 cidades diferentes. Todas a "trabalho".
Em uma delas, não me lembro bem qual, quando eram 10 horas da manhã aproveitei o intervalo entre o fim do trabalho e o horário de saída do ônibus para desfrutar da piscina do hotel.
Assim que cheguei notei a presença de 2 homens vestidos socialmente, com seus respectivos notebooks e celulares, sentados na sombra em uma mesa próxima.
Durante quase 1 hora na qual permaneci ali um deles não tirou o celular da orelha nem por 1 minuto!
Era um "meu querido" pra cá, "negócios" pra lá, metas de não sei onde, fulano que gerencia não sei o que, desenvolvimento do sistema, prestador, aumento de vendas e mais um monte de jargões que qualquer executivo ou empresário de sucesso deve repetir ao menos 10 vezes por dia.
Apesar de estar descansando eu me diverti ouvindo a conversa, me diverti com a falsidade, com as frases prontas, com a diferença no tom de voz quando ele falava com os clientes e quando ligava para os funcionários.
O outro homem que o acompanhava repetiu ao menos umas 3 vezes para o colega e para os funcionários do hotel: "Rapaz, muito trabalho! Ontem fui dormir às 2 da madrugada" e falava de boca cheia, orgulhoso, como se seu esforço fosse ser reconhecido pela mente comum da sociedade "nossa, que rapaz trabalhador!".
Era impossível não notar os 2 homens, eles destoavam do ambiente, no entanto a rolinha que fazia seu ninho numa palmeira num dos cantos da piscina só eu notei.
Ela subia e descia, subia e descia, repetidamente, pegando pequenos pedaços de galhos que estavam no chão e os levava para uma pequena entrada entre as folhas da palmeira, onde pacientemente construia seu lar.
Ninguém aplaudiu o esforço da rolinha, a bolsa não subiu, o dólar não sofreu nova queda e os juros não aumentaram. Ninguém reconheceu a rolinha por seus méritos e capacidades e ninguém remunerou ela pelo tempo gasto em sua atividade.
A rolinha não fazia corpo mole, nem se esforçava a mais para mostrar serviço, ela apenas fazia o que tinha de ser feito, ao contrário dos homens tomados pela ganância e poder que não cansavam de falar sobre seus lucros.
Sabe, fazem mais de 4 anos que moro em um espaço frequentado por todos os tipos de pessoas, a grande maioria mais velhas em relação a mim, por isso de certa forma aprendi a prever o futuro.
Aprendi que o juízo final não é após a morte, mas no leito de uma UTI ou na cadeira de balanço de um asilo, quando todas nossas ações e escolhas serão julgadas, não por Deus, mas por nós mesmos. E acredite, somos muito mais implacáveis!
Quantos olhares vazios e lágrimas de sofrimento vi, quando não havia mais o que ser dito além de palavras de conforto.
O ninho ficou pronto, os ovos chocaram, os filhotes cresceram e se foram. O tempo passou. E agora?
Dizem que para se ter algo nessa vida você precisa se MATAR de trabalhar. Bom, eu atualmente tenho preferido ficar vivo mesmo.
Entre uma ligação e outra o executivo da piscina ainda virou-se para mim e disse: "Poxa rapaz, estamos atrapalhando seu descando, não!".
Eu não respondei, mas pensei: "Não amigo, meu descanso é que está atrapalhando vocês".
18/04/2008
10/04/2008
O sangue de Jesus tem poder!
Quando criança eu nunca tive um amigo imaginário, talvez porque a diferença entre eu e meu irmão fosse pequena, mas sei que amigos imaginários são coisas comum na infância de muitas crianças.
Pesquisando na internet encontrei uma matéria interessante de uma psicóloga, que diz:
"...no mundo da imaginação, esse amigo imaginário, além de fazer companhia, partilha os momentos de alegria e tristeza e esse processo de "ilusão" que inicia e mantém o jogo infantil é um estado de "faz de conta” que a criança se refere como sendo “de verdade”.
Normalmente, esses amigos imaginários surgem quando mudanças começam a acontecer no cotidiano da criança, exigindo-lhe desapego de certos hábitos e novas habilidades em direção ao seu crescimento e autonomia..."
Interessante como a mente livre e aberta dela projeta seus desejos em uma representação completa da realidade e assim a ajuda a superar as situações, para as quais ela provavelmente ainda nem tem muita consciência do que se tratam.
Apesar dos amigos imaginários serem perfeitamente normais até os 6 a 7 anos de idade, a partir dai sua existência passa a ser vista como problemática e a sugestão é visitar um pediatra ou um psicólogo.
Pois bem, então imagine um adulto, perfeitamente são, que acredita e confia em um amigo imaginário, um amigo capaz de lhe dar o que os outros não deram, um amigo que acima de tudo o ame de verdade, um amigo que possui todas as qualidades que ele gostaria de ver nos outros, enfim, um amigo que o complete e o apoie, ao contrário da maioria das pessoas que ele conheçou na sua história de vida e que de alguma forma o machucaram.
Essa pessoa seria considerada uma maluca total! Imagine que loucura! Ela sair por ai conversando com esse amigo imaginário, contando seus problemas, suas dificuldades, pedindo sua ajuda. Tratamento urgente!
Mas enfim, o que diabos eu quero dizer?! Quero dizer que contando dessa forma parece absurdo um adulto que acredite em um amigo imaginário, mas pense bem, esse amigo não poderia ser Jesus?
Jesus! Ele mesmo! O filho do Senhor!
Não seria ele apenas um amigo imaginário fruto de uma crença coletiva? Um amigo para lhe ajudar a carregar o pesado fardo dessa vida, que você insiste em colocar sobre os ombros? Esse fardo de sofrimento permanente?
Acredito que seja hora de deixar esse fardo e esse amigo de lado e elevar sua fé a uma esfera maior e mais profunda, uma esfera onde o Divido não precise de muletas, amigos imaginários ou desculpas.
Essa fé é possível. Acreditar até o ponto onde sua própria individualidade se funde com o Universo (ou com Deus se você assim preferir).
Dizem que o sangue de Jesus tem poder. E o seu? Por que não teria?
Liberte-se!
...
E a psicóloga termina a matéria sobre amigos imaginários na infância com o seguinte aviso:
"Atenção: Não deixe seus filhos mais velhos ou algum parente ridicularizarem a brincadeira na frente da criança."
Desculpem, mas alguém tem de falar a verdade.
Pesquisando na internet encontrei uma matéria interessante de uma psicóloga, que diz:
"...no mundo da imaginação, esse amigo imaginário, além de fazer companhia, partilha os momentos de alegria e tristeza e esse processo de "ilusão" que inicia e mantém o jogo infantil é um estado de "faz de conta” que a criança se refere como sendo “de verdade”.
Normalmente, esses amigos imaginários surgem quando mudanças começam a acontecer no cotidiano da criança, exigindo-lhe desapego de certos hábitos e novas habilidades em direção ao seu crescimento e autonomia..."
Interessante como a mente livre e aberta dela projeta seus desejos em uma representação completa da realidade e assim a ajuda a superar as situações, para as quais ela provavelmente ainda nem tem muita consciência do que se tratam.
Apesar dos amigos imaginários serem perfeitamente normais até os 6 a 7 anos de idade, a partir dai sua existência passa a ser vista como problemática e a sugestão é visitar um pediatra ou um psicólogo.
Pois bem, então imagine um adulto, perfeitamente são, que acredita e confia em um amigo imaginário, um amigo capaz de lhe dar o que os outros não deram, um amigo que acima de tudo o ame de verdade, um amigo que possui todas as qualidades que ele gostaria de ver nos outros, enfim, um amigo que o complete e o apoie, ao contrário da maioria das pessoas que ele conheçou na sua história de vida e que de alguma forma o machucaram.
Essa pessoa seria considerada uma maluca total! Imagine que loucura! Ela sair por ai conversando com esse amigo imaginário, contando seus problemas, suas dificuldades, pedindo sua ajuda. Tratamento urgente!
Mas enfim, o que diabos eu quero dizer?! Quero dizer que contando dessa forma parece absurdo um adulto que acredite em um amigo imaginário, mas pense bem, esse amigo não poderia ser Jesus?
Jesus! Ele mesmo! O filho do Senhor!
Não seria ele apenas um amigo imaginário fruto de uma crença coletiva? Um amigo para lhe ajudar a carregar o pesado fardo dessa vida, que você insiste em colocar sobre os ombros? Esse fardo de sofrimento permanente?
Acredito que seja hora de deixar esse fardo e esse amigo de lado e elevar sua fé a uma esfera maior e mais profunda, uma esfera onde o Divido não precise de muletas, amigos imaginários ou desculpas.
Essa fé é possível. Acreditar até o ponto onde sua própria individualidade se funde com o Universo (ou com Deus se você assim preferir).
Dizem que o sangue de Jesus tem poder. E o seu? Por que não teria?
Liberte-se!
...
E a psicóloga termina a matéria sobre amigos imaginários na infância com o seguinte aviso:
"Atenção: Não deixe seus filhos mais velhos ou algum parente ridicularizarem a brincadeira na frente da criança."
Desculpem, mas alguém tem de falar a verdade.
06/04/2008
Darwin Award
Sabe quando você assiste aqueles vídeos amadores na TV ou na internet, tipo vídeo-cassetada ou vídeos incríveis de acidentes banais, fruto da mais pura desatenção e descaso?
Sabe quando a cena termina e antes que você possa pensar em qualquer coisa essa frase sai automaticamente: "bela cagada!".
Então, é isso que passará na cabeça de Deus quando o ser humano terminar de ferrar esse planeta: bela cagada!
Desculpas existem, mas não justificam. Pense bem, a verdade é que independente de nossa opinião à respeito, lá dentro não damos a mínima para a liberação do Tibet, para o crescimento da Aids na África ou para o desmatamento da Amazônia.
Só nos importamos e somos tocados realmente quando o imposto aumenta, ou alguém estaciona o carro na frente da sua garagem, bem na hora que você está atrasado e morrendo de pressa para sair.
Assim vivemos, entre a corda e o pescoço, rezando para que Deus nos ilumine, ou para que o Universo conspire a nosso favor, mas a verdade é que a séculos somos responsáveis por nossas ações, mas ainda não conseguimos terminar o jardim da infância da evolução.
Somos cientificamente repetentes!
Bela cagada!
Sabe quando a cena termina e antes que você possa pensar em qualquer coisa essa frase sai automaticamente: "bela cagada!".
Então, é isso que passará na cabeça de Deus quando o ser humano terminar de ferrar esse planeta: bela cagada!
Desculpas existem, mas não justificam. Pense bem, a verdade é que independente de nossa opinião à respeito, lá dentro não damos a mínima para a liberação do Tibet, para o crescimento da Aids na África ou para o desmatamento da Amazônia.
Só nos importamos e somos tocados realmente quando o imposto aumenta, ou alguém estaciona o carro na frente da sua garagem, bem na hora que você está atrasado e morrendo de pressa para sair.
Assim vivemos, entre a corda e o pescoço, rezando para que Deus nos ilumine, ou para que o Universo conspire a nosso favor, mas a verdade é que a séculos somos responsáveis por nossas ações, mas ainda não conseguimos terminar o jardim da infância da evolução.
Somos cientificamente repetentes!
Bela cagada!
28/03/2008
No mundo
Eu vejo aqui as pessoas mais fortes e inteligentes.
E vejo todo esse potencial desperdiçado.
A propaganda põe a gente pra correr atrás de carros e roupas.
Trabalhar em empregos que odiamos para comprar merdas inúteis.
Somos uma geração sem peso na história.
Sem propósito ou lugar.
Nós não temos uma Guerra Mundial.
Nós não temos uma Grande Depressão.
Nossa Guerra é a espiritual.
Nossa Depressão são nossas vidas.
Fomos criados através da TV para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock.
Mas não somos...
Você não é o seu emprego.
Nem quanto ganha ou quanto dinheiro tem no banco.
Nem o carro que dirigi.
Nem o que tem dentro da sua carteira.
Nem a porra do uniforme que veste.
Nós não somos especiais.
Nós não somos uma beleza única.
Nós somos da mesma matéria, como todo mundo.
A mesma matéria Divina que preenche e habita todo o Universo.
Nós sabemos disso, mas fingimos esquecer, fingimos saber que existem coisas mais importantes, que podem ser buscadas em alguma outra hora.
Em alguma outra hora no futuro.
Alguma outra hora quando formos mais corajosos, quando não nos preocuparmos com o que os outros dizem ou pensam.
Alguma outra hora quando não formos mais o que somos.
Alguma outra hora quando for tarde demais...
Viajando de cidade em cidade, hora a hora, hotel em hotel, percebo claramente agora que o momento que se passou não volta mais (nunca mais!).
Não desperdice a oportunidade de ser o que acredita...
E vejo todo esse potencial desperdiçado.
A propaganda põe a gente pra correr atrás de carros e roupas.
Trabalhar em empregos que odiamos para comprar merdas inúteis.
Somos uma geração sem peso na história.
Sem propósito ou lugar.
Nós não temos uma Guerra Mundial.
Nós não temos uma Grande Depressão.
Nossa Guerra é a espiritual.
Nossa Depressão são nossas vidas.
Fomos criados através da TV para acreditar que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock.
Mas não somos...
Você não é o seu emprego.
Nem quanto ganha ou quanto dinheiro tem no banco.
Nem o carro que dirigi.
Nem o que tem dentro da sua carteira.
Nem a porra do uniforme que veste.
Nós não somos especiais.
Nós não somos uma beleza única.
Nós somos da mesma matéria, como todo mundo.
A mesma matéria Divina que preenche e habita todo o Universo.
Nós sabemos disso, mas fingimos esquecer, fingimos saber que existem coisas mais importantes, que podem ser buscadas em alguma outra hora.
Em alguma outra hora no futuro.
Alguma outra hora quando formos mais corajosos, quando não nos preocuparmos com o que os outros dizem ou pensam.
Alguma outra hora quando não formos mais o que somos.
Alguma outra hora quando for tarde demais...
Viajando de cidade em cidade, hora a hora, hotel em hotel, percebo claramente agora que o momento que se passou não volta mais (nunca mais!).
Não desperdice a oportunidade de ser o que acredita...
17/12/2007
Lembranças...
Lembro-me de quando sentava a noite sobre o parapeito da janela e ficava contemplando as nuvens correndo o céu no horizonte.
Não eram noites frias, nem quentes, mas com vento forte, que balançava generosamente as copas das árvores.
Foram muitas e muitas noites passadas assim.
Era como se algo me atraísse algo ainda misterioso e natural.
Por vezes imaginava como deveria ser a Terra antes dos homens e da civilização, o silêncio, o equilíbrio, à ausência da marcação do tempo; não existiam horas, dias ou anos, não existiam metas ou objetivos, não havia nem mesmo evolução. Não que as coisas não evoluíam, elas evoluíam, mas não havia ninguém para registrar e catalogar a evolução. Os grandes e pequenos eventos aconteciam e não havia jornais, noticiários ou emails para contar os ocorridos.
De certa forma era isso que eu vivia novamente naqueles momentos, como se por algum tempo pudesse fugir da ansiedade e da rotina que nos ocupam 24 horas por dia.
A natureza ainda viva do lado de fora da janela, chamava pela natureza adormecida dentro de mim.
Difícil falar sobre naturalidade hoje em dia, quando até mesmo os que não tiveram acesso aos estudos de alguma forma já ouviram falar de planejamento, hoje em dia pouca coisa sai do papel antes de ser minimamente pensada, planejar é uma profissão, uma necessidade. Avaliar os riscos, os investimentos, montar um projeto, estabelecer metas, reuniões e mais reuniões, discussões em busca de resultados sólidos e estáveis.
Mas de alguma forma as galáxias aprenderam a girar, a matéria a se agregar, os átomos a tomarem vida e a vida a pensar e não há planejamento algum em tudo isso. Muito menos metas a serem alcançadas, Deus não precisa de títulos ou recordes e assim a criação se cria a cada instante, tão perfeita como a teia de uma aranha ou um cacho de bananas.
O ar que circula no ar condicionado ainda é ar, o medalhão ao vinho branco ainda é comida e a água gaseificada com um toque de limão ainda é água.
Tudo é simples quando somos simples e tudo é complexo quando somos complexos.
É por isso que mesmo no mundo atômico-globalizado-capitalista-contemporâneo podemos viver naturalmente.
A natureza não é uma praia paradisíca deserta, ou uma cachoeira escondida em mata fechada, a natureza é o que nos compõe e nos faz existir, a natureza é tudo de nós.
Deixe-a assumir o controle e poderá viver despreocupado com o mundo, assim como vive despreocupado com o bater de seu coração.
Deixe a sociedade assumir o controle e viverá como o aquecimento global imperialista geopolítico macro econômico da jurisprudência do senado 2.0 travas elétricas 120m2 mais de 20 opções de lazer HDTV wifi bluetooth com a menor taxa de juros e prestações do mercado 7.2 megapixel e HD 80gb dual core, ufa!
Mãos em prece
Não eram noites frias, nem quentes, mas com vento forte, que balançava generosamente as copas das árvores.
Foram muitas e muitas noites passadas assim.
Era como se algo me atraísse algo ainda misterioso e natural.
Por vezes imaginava como deveria ser a Terra antes dos homens e da civilização, o silêncio, o equilíbrio, à ausência da marcação do tempo; não existiam horas, dias ou anos, não existiam metas ou objetivos, não havia nem mesmo evolução. Não que as coisas não evoluíam, elas evoluíam, mas não havia ninguém para registrar e catalogar a evolução. Os grandes e pequenos eventos aconteciam e não havia jornais, noticiários ou emails para contar os ocorridos.
De certa forma era isso que eu vivia novamente naqueles momentos, como se por algum tempo pudesse fugir da ansiedade e da rotina que nos ocupam 24 horas por dia.
A natureza ainda viva do lado de fora da janela, chamava pela natureza adormecida dentro de mim.
Difícil falar sobre naturalidade hoje em dia, quando até mesmo os que não tiveram acesso aos estudos de alguma forma já ouviram falar de planejamento, hoje em dia pouca coisa sai do papel antes de ser minimamente pensada, planejar é uma profissão, uma necessidade. Avaliar os riscos, os investimentos, montar um projeto, estabelecer metas, reuniões e mais reuniões, discussões em busca de resultados sólidos e estáveis.
Mas de alguma forma as galáxias aprenderam a girar, a matéria a se agregar, os átomos a tomarem vida e a vida a pensar e não há planejamento algum em tudo isso. Muito menos metas a serem alcançadas, Deus não precisa de títulos ou recordes e assim a criação se cria a cada instante, tão perfeita como a teia de uma aranha ou um cacho de bananas.
O ar que circula no ar condicionado ainda é ar, o medalhão ao vinho branco ainda é comida e a água gaseificada com um toque de limão ainda é água.
Tudo é simples quando somos simples e tudo é complexo quando somos complexos.
É por isso que mesmo no mundo atômico-globalizado-capitalista-contemporâneo podemos viver naturalmente.
A natureza não é uma praia paradisíca deserta, ou uma cachoeira escondida em mata fechada, a natureza é o que nos compõe e nos faz existir, a natureza é tudo de nós.
Deixe-a assumir o controle e poderá viver despreocupado com o mundo, assim como vive despreocupado com o bater de seu coração.
Deixe a sociedade assumir o controle e viverá como o aquecimento global imperialista geopolítico macro econômico da jurisprudência do senado 2.0 travas elétricas 120m2 mais de 20 opções de lazer HDTV wifi bluetooth com a menor taxa de juros e prestações do mercado 7.2 megapixel e HD 80gb dual core, ufa!
Mãos em prece
05/11/2007
Ecos do Além
No mesmo dia no hospital além do texto anterior este aqui também estava digitado no celular, confesso que quando o li lá pelas 16:00hs fiquei com lágrimas nos olhos.
Segue publicado na íntegra, sem modificações, edições ou correções.
____
Cortei minhas pernas, agora ando livre, perdi meus braços por isso a tudo alcanço, entreguei meu corpo ao mar e em oceano cheguei aos 4 cantos do Universo.
Meu canto é mais alto que o explodir das galáxias, mas ninguém o escuta.
Minha luz ilumina milhares de Sois e Luas, mas poucos a enxergam.
Quando piso meus pés não tocam ao chão, nem minha cabeça ficou perdida nas estrelas.
Meu tombar é ouvido a milhares de milhas de distância e minhas preces ouvidas como o soprar do vento pelas frestas do silêncio.
Minhas mãos não tem mais força do que parecem ter, no entanto tocam a todo o Universo.
Ao expirar galáxias são extintas e ao inspirar Universos se aglomeram.
De meu leito de morte vejo a luz do nascimento, do único Nascimento, no grande ventre da vida.
Agora sei que os golpes que acertam a superfície não causam mais do que simples arranhões, enquanto a Verdade toca a tudo no mais profundo ser, como uma pequena nascente que brotando da montanha escorre pela superfície da pedra.
Meus olhos a tudo assistem, mesmo minha visão sendo única, observo a tudo sem interferir, mas confesso que com aperto no peito aguardo pelo retorno de minhas filhas e filhos ao nosso Paraíso comum.
Dizem que a verdade é para poucos, mas isso é mentira, a verdade é para todos, assim como o Sol nasce no oeste e se põe ao leste.
Entregue-se ao abismo e será salvo, agarre-se firme a borda e sua presença sucumbirá.
Os médicos podem tratar, mas a verdadeira cura só é alcançada além de saúde e doença; a moribundos nos hospitais mais sãos do que muitos saudáveis por aí.
Feche os olhos ao que o homem lhe oferece, pois seu veneno camuflado de verdade é perigoso, ainda assim não perca tempo combatendo a mentira, o nascer do Sol é suficiente para iluminar a escuridão.
Ainda ontem dizia que tudo não passava de um sonho, janeiro ou dezembro são apenas nomes, o tempo é tão infinito quanto a própria vida, não se intimide com o fracasso, nem comemore demais a vitória, há mendigos que morrem de forma mais nobre do que generais.
Pois eis que desse corpo toma posse, pois a mim nada pertence.
A mim...
A mim quem?
Segue publicado na íntegra, sem modificações, edições ou correções.
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Cortei minhas pernas, agora ando livre, perdi meus braços por isso a tudo alcanço, entreguei meu corpo ao mar e em oceano cheguei aos 4 cantos do Universo.
Meu canto é mais alto que o explodir das galáxias, mas ninguém o escuta.
Minha luz ilumina milhares de Sois e Luas, mas poucos a enxergam.
Quando piso meus pés não tocam ao chão, nem minha cabeça ficou perdida nas estrelas.
Meu tombar é ouvido a milhares de milhas de distância e minhas preces ouvidas como o soprar do vento pelas frestas do silêncio.
Minhas mãos não tem mais força do que parecem ter, no entanto tocam a todo o Universo.
Ao expirar galáxias são extintas e ao inspirar Universos se aglomeram.
De meu leito de morte vejo a luz do nascimento, do único Nascimento, no grande ventre da vida.
Agora sei que os golpes que acertam a superfície não causam mais do que simples arranhões, enquanto a Verdade toca a tudo no mais profundo ser, como uma pequena nascente que brotando da montanha escorre pela superfície da pedra.
Meus olhos a tudo assistem, mesmo minha visão sendo única, observo a tudo sem interferir, mas confesso que com aperto no peito aguardo pelo retorno de minhas filhas e filhos ao nosso Paraíso comum.
Dizem que a verdade é para poucos, mas isso é mentira, a verdade é para todos, assim como o Sol nasce no oeste e se põe ao leste.
Entregue-se ao abismo e será salvo, agarre-se firme a borda e sua presença sucumbirá.
Os médicos podem tratar, mas a verdadeira cura só é alcançada além de saúde e doença; a moribundos nos hospitais mais sãos do que muitos saudáveis por aí.
Feche os olhos ao que o homem lhe oferece, pois seu veneno camuflado de verdade é perigoso, ainda assim não perca tempo combatendo a mentira, o nascer do Sol é suficiente para iluminar a escuridão.
Ainda ontem dizia que tudo não passava de um sonho, janeiro ou dezembro são apenas nomes, o tempo é tão infinito quanto a própria vida, não se intimide com o fracasso, nem comemore demais a vitória, há mendigos que morrem de forma mais nobre do que generais.
Pois eis que desse corpo toma posse, pois a mim nada pertence.
A mim...
A mim quem?
29/10/2007
Vozes do além
Sexta-feira passada, dia 26 de outubro, acordei às 14:00 horas no leito de um hospital.
Não sabia o que fazia ali, nem quem me vestira, foi quando descobri que havia tomado um soco durante o treino na academia de manhã e estava com amnésia temporária.
Lá pelas 16:00 horas foi quando percebi que havia um texto digitado em meu bloco de notas do celular, é nesse bloco de notas do celular que escrevo 99% dos textos que publico aqui no blog.
O texto havia sido escrito pouco antes das 11:00 horas da manhã, da própria sexta-feira.
Sim, eu o escrevi, não lembro quando, nem como, só sei que foi durante algum momento em que estive na maca do pronto socorro.
Para minha surpresa o texto é repetitivo, tem erros de gramática e pontuação, mas isso é perfeitamente compreensível, já que foi redigido por um cérebro fora de suas funções normais.
Mais interessante ainda foi perceber que usei palavras e formas gramaticais diferentes das quais costumo usar normalmente, era a própria consciência, além de corpos e formas, manifestando-se através das ferramentas que tinha na ocasião.
Compartilho com vocês, mãos em prece!
___
Deitado na cama, o soro ligado a veia, nada na mente além de um flash de momentos, realidade e irrealidade intimamente ligados.
Não me recordo do que ocorreu, apenas flashs passam pela cabeça, a nítida sensação de viver um sonho.
Quem me trouxe, onde estou, imagens vagas, flashs de uma realidade.
Em um segundo sou apenas um corpo sobre a cama, o soro ligado na veia, as ligações na memória do celular de números que não me recordo.
Vozes...
Vozes do lado de fora, estranhos, vozes do lado de dentro, irreais?
Na veia o soro é injetado, na agenda compromissos anotados de deveres que temporariamente desconheço.
Olho em volta as coisas voltam a fazer sentido, que loucura estou na cama de um hospital, o soro na veia, as vozes distantes.
Aguardo, aguardam a tomografia do paciente, eu, preocupações.
Na sala de espera de minha mente as coisas voltam a fazer sentido.
Para onde teria ido esse sentido antes?
A roupa no corpo não me traz recordações, acordei, me vesti, sai de casa, mas para onde?
No leito do hospital o soro traz de volta a lucidez, mas o que aconteceu? Como vim até aqui?
Fome...
A confusão é mais aparente no rosto dos que no dos outros, lindo saber que na hora de ir um momento veio a cabeça.
Daqui nada se leva...
Com uma pancada na cabeça o todo caiu, chego aqui como o vento, sem saber de onde vim,nem para onde.
Assim como todos nós.
A diferença é que a maioria de nós acredita que está em algum lugar.
Não estamos, somos este lugar.
Não há medo, nem confusão, apenas vagas memorias.
Com um soco as pernas se dobraram e a mente pulou do barco. Ela só aparece quando existe uma vaga idéia de realidade, quando algo acontece ela desaparece, como um fantasma no acender das luzes.
E é ela que a maioria de nós busca satisfazer. Esqueça, na hora do vamos ver ela o deixará na mão.
O médico vem e me olha nos olhos, tudo bem, ele se vai, o soro na veia, retomo a consciência, conhecimento de onde estou e não de quem me preenche.
A lucidez volta, estou de volta ao mundo dos homens, gostaria que os homens pudessem estar naquele outro mundo, que nos circunda e nos preenche.
Não me recordo do que aconteceu, nem de como vim parar aqui, apenas flashs.
Não há problema, já estive aqui uma vez, nos corredores de um hospital, a diferença é que não a mais medo.
Os recados na agenda perderam o sentido, acredito que as pessoas estejam preocupadas, o médico deixa a sala, devo permanecer em observação durante 24 horas, a tomografia está normal, mas segundo ele tive uma concussão cerebral e devo permanecer em observação.
Não me recordo dos últimos acontecimentos, não sei que dia é hoje, não sei quem me colocou essa roupa, não sei como cheguei aqui, mas algo em mim até mesmo aqui, no canto esquecido do hospital, permanece vivo.
Os fatos sumiram da memória, não me lembro ao certo onde estava ou o que fiz, não sei mais que dia é hoje, mas estou feliz, calmo, confiante.
Lúcido ou transtornado, estamos todos o tempo todo mas mãos de Deus, de Buda, da Existência.
As memórias me confundem, mas tua presença me preenche.
O impacto no crânio causa uma temporária perda de memória, o impacto no corpo causa uma temporária perda de vida.
Hoje sinto plenamente sua presença, do leito de uma cama de hospital.
Flashs passam pela cabeça, o que aconteceu, quanto tempo se passou, mas uma certeza ainda me preenche.
Sou eternamente grato a Tua presença, pois as pernas podem se dobrar, a cabeça pode esquecer, mas Tua companhia a TUDO preenche!
Olhando agora os registros no celular, não me recordo do ano, da data, do que fiz essa semana, esse mês, pouco me lembro sobre minhas coisas e tarefas.
Mal me recordo o que comi, quando comi, não sei ao certo se estamos no começo ou no fim do ano, mas ainda assim sinto Sua presença, reluzente presença.
Que dia é hoje? O que comi de manhã? O que são esses recados na minha agenda que me parecem não mais fazer sentido.
Estou acostumado a viver assim sem referências, a vida não possui placas ou sinalizações, o que comi pela manhã, o que fiz ontem, a que horas acordei, nada me vem a cabeça, apenas Tua presença.
Se todos pudessem compartilhar também dessa certeza, os rostos nos hospitais não teriam a mesma expressão perdida no vazio do não conhecer o amanhã.
Assim solto e livre de rótulos e obrigações, pode-se mergulhar no vazio do dia a dia sem medo do hoje ou amanhã.
Não há vazo que nos contenha, nem liberdade que nos confime.
Estar livre é estar livre de se preocupar com o que somos, para onde vamos, ou porque estamos aqui.
Deus bate e derruba a si mesmo constantemente, no corredor sobre a maca, os médicos passam, mas apesar de muito estudarem não conhecem a verdadeira cura, aquela através da qual o corpo tomba, mas algo permanece, a memória falha, mas a vida se manifesta.
O braço que desfere o soco é do mesmo corpo que recebe o golpe, somos todos um só corpo.
As expressões de pesar e preocupação pouco tem a ver com a situação, o que realmente assusta as pessoas é o desconhecer do amanhã.
Não se preocupe, o coração de Deus ocupa todos os lugares, o peso de suas preocupações são nada diante de sua eterna presença.
Os joelhos dobram, os olhos fraquejam, o corpo sucumbi a brutalidade do impacto, mas a verdade não sucumbi.
No quarto ao fundo da sala de espera do hospital, o doente aguarda por alta, mal sabem os médicos que por trás daqueles inocentes olhos azuis está a verdadeira cura, aquela que nem mesmo na morte sucumbi.
Que possamos todos nos livrar da ignorância de que está existência é breve e passageira.
Não há golpe mais poderoso em toda existência, o soco da vida noucatei a si mesmo, o guerreiro tomba, mas a inocência permanece resplandecente, é dessa forma que o guerreiro cai, mas a virgem permanece pura e livre de qualquer ameaça.
Mãos em prece...
E da sala de espera do hospital, diante do desconhecido, lágrimas de felicidade, agora mais do que nunca sei que o que levanta não pode ser derrubado, o corpo cai, mas não ninguém ali para ser nocauteado.
A memória falha, a percepção falha, o corpo falha, mas a Verdade permanece.
E que Verdade!
Não sabia o que fazia ali, nem quem me vestira, foi quando descobri que havia tomado um soco durante o treino na academia de manhã e estava com amnésia temporária.
Lá pelas 16:00 horas foi quando percebi que havia um texto digitado em meu bloco de notas do celular, é nesse bloco de notas do celular que escrevo 99% dos textos que publico aqui no blog.
O texto havia sido escrito pouco antes das 11:00 horas da manhã, da própria sexta-feira.
Sim, eu o escrevi, não lembro quando, nem como, só sei que foi durante algum momento em que estive na maca do pronto socorro.
Para minha surpresa o texto é repetitivo, tem erros de gramática e pontuação, mas isso é perfeitamente compreensível, já que foi redigido por um cérebro fora de suas funções normais.
Mais interessante ainda foi perceber que usei palavras e formas gramaticais diferentes das quais costumo usar normalmente, era a própria consciência, além de corpos e formas, manifestando-se através das ferramentas que tinha na ocasião.
Compartilho com vocês, mãos em prece!
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Deitado na cama, o soro ligado a veia, nada na mente além de um flash de momentos, realidade e irrealidade intimamente ligados.
Não me recordo do que ocorreu, apenas flashs passam pela cabeça, a nítida sensação de viver um sonho.
Quem me trouxe, onde estou, imagens vagas, flashs de uma realidade.
Em um segundo sou apenas um corpo sobre a cama, o soro ligado na veia, as ligações na memória do celular de números que não me recordo.
Vozes...
Vozes do lado de fora, estranhos, vozes do lado de dentro, irreais?
Na veia o soro é injetado, na agenda compromissos anotados de deveres que temporariamente desconheço.
Olho em volta as coisas voltam a fazer sentido, que loucura estou na cama de um hospital, o soro na veia, as vozes distantes.
Aguardo, aguardam a tomografia do paciente, eu, preocupações.
Na sala de espera de minha mente as coisas voltam a fazer sentido.
Para onde teria ido esse sentido antes?
A roupa no corpo não me traz recordações, acordei, me vesti, sai de casa, mas para onde?
No leito do hospital o soro traz de volta a lucidez, mas o que aconteceu? Como vim até aqui?
Fome...
A confusão é mais aparente no rosto dos que no dos outros, lindo saber que na hora de ir um momento veio a cabeça.
Daqui nada se leva...
Com uma pancada na cabeça o todo caiu, chego aqui como o vento, sem saber de onde vim,nem para onde.
Assim como todos nós.
A diferença é que a maioria de nós acredita que está em algum lugar.
Não estamos, somos este lugar.
Não há medo, nem confusão, apenas vagas memorias.
Com um soco as pernas se dobraram e a mente pulou do barco. Ela só aparece quando existe uma vaga idéia de realidade, quando algo acontece ela desaparece, como um fantasma no acender das luzes.
E é ela que a maioria de nós busca satisfazer. Esqueça, na hora do vamos ver ela o deixará na mão.
O médico vem e me olha nos olhos, tudo bem, ele se vai, o soro na veia, retomo a consciência, conhecimento de onde estou e não de quem me preenche.
A lucidez volta, estou de volta ao mundo dos homens, gostaria que os homens pudessem estar naquele outro mundo, que nos circunda e nos preenche.
Não me recordo do que aconteceu, nem de como vim parar aqui, apenas flashs.
Não há problema, já estive aqui uma vez, nos corredores de um hospital, a diferença é que não a mais medo.
Os recados na agenda perderam o sentido, acredito que as pessoas estejam preocupadas, o médico deixa a sala, devo permanecer em observação durante 24 horas, a tomografia está normal, mas segundo ele tive uma concussão cerebral e devo permanecer em observação.
Não me recordo dos últimos acontecimentos, não sei que dia é hoje, não sei quem me colocou essa roupa, não sei como cheguei aqui, mas algo em mim até mesmo aqui, no canto esquecido do hospital, permanece vivo.
Os fatos sumiram da memória, não me lembro ao certo onde estava ou o que fiz, não sei mais que dia é hoje, mas estou feliz, calmo, confiante.
Lúcido ou transtornado, estamos todos o tempo todo mas mãos de Deus, de Buda, da Existência.
As memórias me confundem, mas tua presença me preenche.
O impacto no crânio causa uma temporária perda de memória, o impacto no corpo causa uma temporária perda de vida.
Hoje sinto plenamente sua presença, do leito de uma cama de hospital.
Flashs passam pela cabeça, o que aconteceu, quanto tempo se passou, mas uma certeza ainda me preenche.
Sou eternamente grato a Tua presença, pois as pernas podem se dobrar, a cabeça pode esquecer, mas Tua companhia a TUDO preenche!
Olhando agora os registros no celular, não me recordo do ano, da data, do que fiz essa semana, esse mês, pouco me lembro sobre minhas coisas e tarefas.
Mal me recordo o que comi, quando comi, não sei ao certo se estamos no começo ou no fim do ano, mas ainda assim sinto Sua presença, reluzente presença.
Que dia é hoje? O que comi de manhã? O que são esses recados na minha agenda que me parecem não mais fazer sentido.
Estou acostumado a viver assim sem referências, a vida não possui placas ou sinalizações, o que comi pela manhã, o que fiz ontem, a que horas acordei, nada me vem a cabeça, apenas Tua presença.
Se todos pudessem compartilhar também dessa certeza, os rostos nos hospitais não teriam a mesma expressão perdida no vazio do não conhecer o amanhã.
Assim solto e livre de rótulos e obrigações, pode-se mergulhar no vazio do dia a dia sem medo do hoje ou amanhã.
Não há vazo que nos contenha, nem liberdade que nos confime.
Estar livre é estar livre de se preocupar com o que somos, para onde vamos, ou porque estamos aqui.
Deus bate e derruba a si mesmo constantemente, no corredor sobre a maca, os médicos passam, mas apesar de muito estudarem não conhecem a verdadeira cura, aquela através da qual o corpo tomba, mas algo permanece, a memória falha, mas a vida se manifesta.
O braço que desfere o soco é do mesmo corpo que recebe o golpe, somos todos um só corpo.
As expressões de pesar e preocupação pouco tem a ver com a situação, o que realmente assusta as pessoas é o desconhecer do amanhã.
Não se preocupe, o coração de Deus ocupa todos os lugares, o peso de suas preocupações são nada diante de sua eterna presença.
Os joelhos dobram, os olhos fraquejam, o corpo sucumbi a brutalidade do impacto, mas a verdade não sucumbi.
No quarto ao fundo da sala de espera do hospital, o doente aguarda por alta, mal sabem os médicos que por trás daqueles inocentes olhos azuis está a verdadeira cura, aquela que nem mesmo na morte sucumbi.
Que possamos todos nos livrar da ignorância de que está existência é breve e passageira.
Não há golpe mais poderoso em toda existência, o soco da vida noucatei a si mesmo, o guerreiro tomba, mas a inocência permanece resplandecente, é dessa forma que o guerreiro cai, mas a virgem permanece pura e livre de qualquer ameaça.
Mãos em prece...
E da sala de espera do hospital, diante do desconhecido, lágrimas de felicidade, agora mais do que nunca sei que o que levanta não pode ser derrubado, o corpo cai, mas não ninguém ali para ser nocauteado.
A memória falha, a percepção falha, o corpo falha, mas a Verdade permanece.
E que Verdade!
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